O ex-secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão de Armação dos
Búzios, na Região dos Lagos do Rio, Ruy Ferreira Borba Filho e outras
cinco pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (9) durante a
operação 'Curriculum Vitae'. Eles são acusados de praticar os crimes de
formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
A prisão foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
(MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ
(CSI/MPRJ). Além de Búzios, os mandados estão sendo cumpridos em Niterói, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Na casa do ex-secretário,
na Praia de João Fernandes, foram apreendidos documentos, computadores,
carros de luxo e obras de arte. Os policiais estiveram também na sede
do jornal "Primeira Hora", que é do ex-secretário, segundo
investigações. No local, documentos e computadores também foram
recolhidos.
De acordo com a denúncia, Ruy Filho era o líder do grupo que promovia a
lavagem de dinheiro. Para isso, eles realizavam transações comerciais e
bancárias atípicas e incompatíveis com patrimônio e renda, dissimulação
de negócios e transferências bancárias, além de sonegação fiscal.
Os promotores afirmam que para que pudesse abrir contas e movimentar
recursos entre seus comparsas, o ex-secretário constituiu a empresa de
fachada RBF Participações e Serviços Ltda., cuja sede era um apartamento
em prédio residencial, e a Fundação Bem Te Vi, instituição sem fins
lucrativos controlada por ele e por outros três denunciados. A RBF
travava relações jurídicas com duas sociedades offshore, sediadas em
paraísos fiscais, visando a integração dos recursos lavados: a Freemont
Limited, com sede em Londres, e Greencastle International, localizada
nas Ilhas Virgens Britânicas.
A ocultação e dissimulação do dinheiro se davam, em parte, mediante
remessas ilícitas ao exterior, que retornavam ao Brasil como simulação
de empréstimos tomados por Ruy Filho, pela "sociedade de fachada" RBF e
pela Fundação Bem te Vi, aparentemente de maneira legal. Além disso, ele
se utilizava de todas as pessoas jurídicas mencionadas, e também dos
demais denunciados, para movimentar os recursos ilícitos mediante
milhares de transferências e transações bancárias entre as sociedades,
entre elas e os denunciados e, por fim, entre os próprios denunciados.
Ao todo, no período de 2008 a 2013, a quadrilha movimentou nas contas
correntes analisadas pela Divisão de Laboratório de Combate à Lavagem e à
Corrupção (DLAB) do MPRJ, aproximadamente R$ 16 milhões, mediante mais
de 11 mil lançamentos. Além da prisão, o MPRJ obteve o sequestro de bens e bloqueio de valores de todos os denunciados e de ambas empresas.
Em nota, a defesa do jornalista Ruy Borba informa que as "acusação
baseia-se em ilações destituídas de qualquer verossimilhança, e que os
fatos serão devidamente esclarecidos, sendo a prisão ilegal e sem
fundamento jurídico. De toda forma, causa estranheza o decreto de prisão
ter sido emitido pelo Juiz Marcelo Villas, magistrado notoriamente
suspeito para julgar ações contra Ruy Borba."
Fonte : g1.com
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